terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O Natal, seu significado e o simbolismo místico do Sol - parte 1

Não sou contra a comemoração do Natal, mas me entristece ver que as pessoas o transformaram em uma grande festa comercial, onde alguns pensam apenas em vender e obter lucros enquanto outros só pensam em gastar e presentear. Nada de errado nisso, mas a maioria das pessoas se esquece do real significado da festa.

Para que possamos nos lembrar deste significado, precisamos fazer uma pequena viagem no tempo e no espaço. Precisamos ver a influência de fatores astronômicos e culturais.

Primeiramente vamos falar do Sol.

O Sol é uma imensa bola de matéria com imensos fluxos de plasma e violentas tempestades de gás incandescente varrendo a superfície, com uma temperatura média de cerca de 5.000 °C. A quantidade de radiação emanada pelo sol alcança a superfície do nosso planeta possibilitando a manutenção da temperatura dentro de patamares que permitem a manutenção e evolução da vida na forma que conhecemos.
O Sol sempre foi uma personificação da manifestação da vida, desde que habitávamos as cavernas. Com o surgir do sol no horizonte, as criaturas da noite se afastavam e nos davam mais segurança. Era graças ao Sol que as flores apareciam e depois se transformavam em frutos que podiam ser comidos. Era graças ao Sol que a natureza se transformava em toda sua beleza... Era a luz vencendo as trevas.

O homem, como animal de intelecto superior, sempre foi excelente observador, conseguindo aprender os sinais da natureza e se guiar por tais sinais para caça, pesca, agricultura, orientação espacial e temporal. E o céu sempre foi um grande provedor desses sinais através da lua, das estrelas e do Sol. As estrelas formavam “desenhos” no céu que sempre estavam lá e serviam como um mapa para orientar as viagens. As fases da lua mostravam a melhor época para a pesca e as marés. A posição do sol ao nascer e se por mostravam quando ia chegar época das flores, depois viriam os frutos e o calor, depois as chuvas e depois o frio. O Sol sempre foi um dos principais guias para a humanidade. Tal condição gerou a “visão” de um guia, um foco de manifestação da divindade sobrenatural que o homem sempre buscou.

Um fenômeno interessante é o que acontece a 21 de dezembro, quando se dá o início do inverno (no hemisfério norte). O ponto de nascimento do Sol vai cada dia mais para o sul até esta data, quando se dá o Solstício de Inverno e ele permanece "parado" neste ponto por 3 dias, próximo à constelação do Cruzeiro do Sul, um conjunto de 5 estrelas que formam uma CRUZ. No quarto dia o sol inicia um movimento VERTICAL, literalmente subindo aos céus, e desta data em diante, 25 de Dezembro, ele inicia sua viagem para o norte novamente, tornando os dias mais quentes.

Nesta data, a estrela Sirius se encontra alinhada com o Cinturão de Órion ou Três Marias (no hemisfério norte se conhecem por Três Reis), apontando exatamente para o ponto de nascimento do Sol, que fica logo abaixo da constelação de Virgem, cujo símbolo é um M estilizado. A constelação de Virgem também é referida como a “Casa do Pão”, e a representação de Virgo é uma mulher segurando um feixe de espigas de trigo. Esta “casa do Pão” e seu símbolo das espigas de trigo representam Agosto e Setembro, altura das colheitas. É interessante ressaltar que "A casa do Pão", traduzida ao pé da letra, é Bethlehem (Belém). Portanto Bethlehem pode ser referência à constelação de Virgem, um lugar no Céu, não na Terra.



Esse fato deu origem a uma história interessante: uma “lenda” de um ser divino que se tornará carne e cujo nascimento é anunciado por uma estrela, a qual três Reis seguem para encontrar tal bebê! Este bebê tão importante nascerá de uma Virgem com nome iniciado por M e sua função será trazer a LUZ para o mundo! Ele cresce e aos 12 anos já é portador de grande sabedoria e cultura. Aos 30 anos ele é batizado e começa o seu “ministério”, sempre acompanhado de seus 12 discípulos, fazendo diversos milagres, arrastando multidões, transubstanciando água em vinho, multiplicando peixes, andando sobre as águas, e muitas outras coisas. Ele é traído por um de seus seguidores por 30 moedas, é preso, torturado inclusive com uma coroa de espinhos, crucificado, morto e enterrado. No 3º dia renasce de uma explosão de luz e sobe aos céus. Esta história lembra alguma história já conhecida? Claro que sim! Esta é a história de HÓRUS, o Deus-Sol de Egito.



- “Hein? Como? Mas eu achei”... Achou que era de outro personagem? Pois é! Existem diversas outras histórias parecidas, todas baseadas na trajetória astronômica do Sol. Entre elas estão Brahma, Mithra, Dionísio, Adonis e vários outros, incluindo Jesus de Nazaré, o último dos Messias Solares.




Então vamos falar do nosso último Messias Solar: Jesus de Nazaré! A história todo mundo conhece. A “lenda” baseada na história do Sol também. Mas quem realmente foi Jesus? Um homem de origem humilde, filho de um carpinteiro idoso, que viveu entre os pescadores, e foi um marco de mudança na história do mundo. Alguns acham que, a exemplo de vários outros Messias Solares, ele sequer existiu. Basta olhar a história de João Batista, que se assemelha em muito a de Jesus. Mas não estou aqui para discutir religiosamente a existência ou não de Deus, de Jesus ou de qualquer outra figura de importância religiosa.

Vamos relembrar um pouco da sua história: Jesus Cristo nasceu da virgem Maria em 25 de Dezembro nas proximidades da cidade de Belém (Bethlehem). Seu nascimento foi anunciado por uma estrela a Leste, que foi seguida por 3 Reis Magos para encontrar e adorar o salvador. Tornou-se pregador aos 12 anos, e aos 30 foi Batizado por João Batista, e assim começou o seu reinado. Jesus teve 12 discípulos com quem viajou praticando milagres tais como curar pessoas, andar na água, ressuscitar mortos, e também foi conhecido como o "Rei dos Reis," o "Filho de Deus," a "Luz do Mundo,", "Alpha e Omega,", "Cordeiro de Deus," e muitos outros. Depois de traído pelo seu discípulo Judas e vendido por 30 dinheiros, foi crucificado, morto e enterrado num túmulo. Após 3 dias depois ressuscitou e ascendeu aos céus.
Jesus - o Cristo (o Iluminado, o Enviado, o Escolhido) - nasceu em uma época de repressão aos judeus, onde Roma usava a força para arrecadar impostos e expandir seus territórios. Os judeus já esperavam, desde a época de Moisés, pelo Salvador. O Messias que os tiraria do jugo romano (antes era dos egípcios) e os colocaria na história. Um guerreiro? Talvez. Mas o Messias que aparece é um homem de voz mansa, com idéias de paz, amizade, compreensão e indulgência. Muitos queriam uma guerra contra os romanos, mas o que tiveram foi uma guerra espiritual. Isso foi um choque para alguns, porém os romanos que buscavam um motivo qualquer para matar muitos judeus, não encontraram tal motivo.

Porém, ao invés de um guerreiro, o povo judeu encontrou um líder carismático, que andava sobre as águas, multiplicava pães e peixes, transformava água em vinho e falava de um Reino de outro mundo.

Era um líder tão carismático que a própria nação que o condenou e executou, passou a segui-lo, criando a Igreja Católica Apostólica Romana. Eu discordo e sou radicalmente contra a idéia de misturar fé e religião, mas não posso mudar a história...

Voltando ao Cristo Jesus, vemos que, independente da fé ou religião, ele foi, talvez, a mais complexa história mística ligada ao movimento solar. Até o simbolismo da Cruz está relacionada ao Sol. Vou explicar, OK?

Alguém já viu a imagem do Cristo representada com um “halo” com uma cruz ao redor da cabeça, como a imagem abaixo?




Esse halo nada mais é que uma representação de um “mapa” da passagem do sol através das constelações no céu durante o ano, mostrando os pontos dos solstícios de verão e inverno, assim como dos eqinócios, que dividem o ano em quatro estações (primavera, verão, outono e inverno). Representa também a trajetória do sol através das 12 maiores constelações no decorrer de um ano e os 12 meses do ano.
O termo Zodíaco está relacionado com o fato de as constelações serem antropomorfismos, ou personificações, como pessoas, ou animais. Em outras palavras, as primeiras civilizações não só seguiam o SOL e as estrelas, como também as personificavam através de mitos que envolviam os seus movimentos e relações.

O Sol, com o seu poder criador e salvador também foi personificado à semelhança de um Deus Todo-poderoso, conhecido como "Filho de Deus" luz do mundo, salvador da humanidade. Igualmente, as 12 constelações representaram estações de "morada ou estadia" para o Filho de Deus e foram nomeados, e normalmente representados por elementos da natureza que aconteciam nesses períodos de tempo. Por exemplo, Aquarius, o portador de água que traz as chuvas de Primavera.




Posteriormente, apenas a parte central do círculo passou a ser usada para a representação da Divindade Solar, como exemplificado abaixo.



Existem diversas coincidências, mas religiões à parte, a idéia é questionar para entender. A Fé associada à Ciência pode ser a força mais poderosa do mundo. Por este motivo, ninguém pode afirmar com propriedade que Jesus nasceu em 25 de Dezembro. Esta data foi utilizada apenas para aproveitar as comemorações pagãs do Solstício de Inverno, com o início dos dias mais longos e quentes "derrotando" as noites longas e frias do hemisfério norte.
Cristo jamais se importaria com discussões a respeito de seu aniversário, mas sim com a compreensão de sua mensagem. Então é nossa função nos prendermos à FÉ e não às religiões, todas criadas com o intuito de manter controle sobre a população.
Que no Natal, nossos corações se abram pra receber a mensagem do Cristo Cósmico, que pregam o amor ao próximo, a conciliação, a fé, a temperança e o desapego aos bens materiais.
Feliz Natal a todos.

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